sábado, 18 de outubro de 2008

FEIJÃO - FRADINHO


O feijão-fradinho (Vigna unguiculata), também designado vulgarmente por outros nomes é uma planta classificada como pertencendo à família das leguminosas (Fabaceae), subfamília papilionoídea (Faboideae).
São plantas geralmente anuais, erectas ou trepadoras, com caules estriados e glabrescentes, isto é, com tendência a perder os pêlos que se dispõem na suas hastes. As suas folhas são trifolioladas, com apêndices (estípulas) na base do pecíolo, sendo os dois folíolos laterais oblíquos em relação ao plano do folíolo central. As flores dispõem-se em pequenos grupos semelhantes a cachos, com poucas flores, que partem da base do pecíolo das folhas (ou seja, em pseudocachos paucifloros axilares). As flores, completas, têm o cálice bilabiado (formando duas partes que se dispõem como dois lábios), apresentando o lábio superior dois lóbulos e o inferior três. A corola é papilionácea, isto é, com cinco pétalas com a seguinte disposição: uma maior, externa (o estandarte ou vexilo) sob a qual se dispõem duas pétalas laterais (as "asas") fechadas sobre duas pétalas internas, unidas em forma de quilha (ou carena) que, por sua vez, protegem os órgãos reprodutores da flor. O estandarte é arredondado, geralmente de cor branca, esverdeada, amarela ou lilacínea, enquanto que as asas variam do azul ao púrpura. A quilha é esbranquiçada e não espiralada. Existe uma variedade de flores lilacíneas e outra de flores violáceas com vexilo amarelo. Cada flor tem dez estames, dos quais nove estão unidos uns aos outros e um é livre. O carpelo tem um estigma encurvado e húmido que facilita a aderência dos grãos de pólen. O ovário é estreito e alongado, com os óvulos distribuídos em linha, o que explica o comprimento invulgarmente extenso da vagem. As flores abrem-se apenas nas primeiras horas da manhã, não permitindo que a polinização por parte de insectos ocorra frequentemente. De facto, a autopolinização é a regra nesta espécie.

As vagens são lisas, lineares e cilíndricas, com sementes numerosas. Estas apresentam-se de cor branca ou amarelada com o hilo (o "olho" do feijão) com uma orla castanha ou negra, que permite facilmente a sua identificação.


Pormenores da planta.

A sua origem é obscura, ainda que se acredite que seja originária da África Tropical, de onde se dispersou para outras regiões com clima semelhante, como a Índia. Possui várias subespécies, como o feijão-chicote, que têm, por sua vez, inúmeras variedades, cultivadas pelas sementes comestíveis, de formas e cores diversas, utilizadas também como forragem especialmente nutritiva e como adubo verde.

Este tipo de feijão constitui a base alimentar de muitas populações rurais devido ao seu elevado valor nutritivo a nível proteico e energético e à sua fácil adaptação a solos de baixa fertilidade e com períodos de seca prolongada.

Outras designações

Esta espécie de feijão é ainda designada de:

boca-preta,
ervilha-de-vaca,
favalinha,
feijão-alfanje,
feijão-besugo,
feijão-careta,
feijão-carita,
feijão-carito,
feijão-caupi (oriundo do tupi),
feijão-chicote,
feijão-chícharo
feijão-chinês,
feijão-congo/feijão kongo,
feijão-corda,
feijão-da-china,
feijão-de-boi,
feijão-de-corda,
feijão-de-frade,
feijão-de-macáçar,
feijão-de-olho-preto,
feijão-de-vaca,
feijão-de-vara,
feijão-frade,
feijão-frade-comprido,
feijão-gurutuba,
feijão-lagartixa,
feijão-macáçar,
feijão-mancanha,
feijão-mineiro,
feijão-miúdo,
feijão-miúdo-da-china,
feijão-vinha,
feijãozinho-da-índia,
mebauene,
mucunha

Em Angola é ainda designado por feijão-macúndi, maconde, macunde e macúndi.

Em Moçambique é conhecido como namerrua.

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